Fez ontem 48 anos.
Tínhamos acabado de chegar a Luanda e, apesar de considerarmos que o Exército sempre foi uma estrutura bem organizada, o certo é que ninguém estava à nossa espera no quartel CMR 113. A hora de jantar já tinha passado mas, com a boa vontade dos cozinheiros, serviram-nos uma carne à jardineira que tinha sobrado do rancho.
Ainda me recordo que estava bem cozinhada. Mas não tínhamos talher, nem uma simples colher, mas como praça velha não se enrasca, fizemos das côdeas do pão pequenas colheres para os bocadinhos mais pequenos e, com as mãos comíamos os bocados maiores. Enfim, não passámos fome.
Porque naquele quartel havia de tudo, estávamos preparados para tudo.
Não tínhamos armário para as nossas coisas e abandoná-las era corrermos o risco de ficarmos espoliados dos poucos bens que transportávamos.
Dormir vestido foi a solução. Não havia lençóis e as camas estavam pejadas de uns pequenos seres a que chamamos percevejos. A solução era dormir no banco do jardim do quartel, mas há sempre alguém que defende que a disciplina é para cumprir. Pois é, o senhor comandante, pessoa tão importante que nunca lhe soube o nome, ameaçava o pessoal com dez dias de prisão disciplinar agravada se fossemos encontrados a dormir na rua.
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